RELAÇÃO DO TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR (TOD) COM A MEDICALIZAÇÃO E RISCO SOCIAL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

MARTINELLI, Rayane dos Santos.RELAÇÃO DO TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR (TOD) COM A MEDICALIZAÇÃO E RISCO SOCIAL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Dentre os múltiplos diagnósticos psiquiátricos que atualmente são atribuídos ao público infanto-juvenil está o Transtorno Opositor Desafiador (TOD). Entretanto, há uma escassez de estudos dedicados ao aprofundamento teórico-prático acerca deste diagnóstico. Ressalta-se que os inúmeros diagnósticos reservados às crianças no campo da saúde mental culminam em processos de medicalização da vida, pelos quais as problemáticas de cunho pedagógico, social, político e histórico são convertidas em questões medicamente explicáveis como patologias. Diante disso, esta pesquisa busca compreender a produção do diagnóstico Transtorno Opositor Desafiador (TOD), relacionando-o aos processos de medicalização e ao discurso pautado na noção do risco social. A revisão integrativa foi a metodologia implementada. A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicas Scopus, SciELO, PsycInfo, sendo incluído, posteriormente, o Google Acadêmico. Foram incluídos artigos científicos, teses e dissertações, publicados em português e espanhol, nos últimos 10 anos, que abordassem o TOD, associado ao conceito de risco social e/ou da medicalização. Foi observada certa regularidade discursiva que se conduziu para as seguintes categorias: 1) a discussão diagnóstica em torno do TOD; 2) TOD a medicalização na infância e 3) o TOD a partir dos discursos psiquiátrico, psicológico e jurídico. Os estudos pontuam que o aumento significativo de diagnósticos psiquiátricos infanto-juvenis está intimamente ligado aos processos de
biologização/patologização do comportamento humano e ao discurso médicohegemônico que,  fundamentados na ideia de antecipar os problemas que possam surgir na vida adulta, transformam a infância e a adolescência em períodos de risco e moldagem de caráter. A medicalização também está associada à proliferação de laudos, na medida em que se correlaciona à produção dos discursos moralizantes que ditam os processos de normalização dos sujeitos e dos modos de vida.

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