Perfil do Egresso
De acordo com a resolução CNE /CES 6/2002 o terapeuta ocupacional deve ter uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Deve ser capacitado ao exercício profissional em todas as suas dimensões, pautado em princípios éticos, no campo
clínico, terapêutico e preventivo, e social, nas ações territoriais, comunitárias, sócio-ocupacionais, dentre outras. Conhecer os fundamentos históricos, filosóficos e metodológicos da Terapia Ocupacional e seus diferentes modelos de intervenção e atuar com base no rigor científico e intelectual.
Os currículos devem permitir a construção de um perfil acadêmico e profissional com competências, habilidades e conteúdos, dentro de perspectivas e abordagens contemporâneas de formação pertinentes e compatíveis com referências nacionais e internacionais. O profissional deve ser capaz de atuar com qualidade, eficiência e resolutividade no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando o processo da Reforma Sanitária Brasileira; no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e em outras políticas, como cultura, educação, direitos humanos.
O terapeuta ocupacional necessita do domínio de conhecimentos relativos à atividade humana e ao homem, esse último, na perspectiva de sujeito social, histórico e cultural. A formação dos terapeutas ocupacionais do Espírito Santo formados pela UFES busca potencializar o aluno para o empenho e ação de forma autônoma e independente; para a produção e divulgação de novos conhecimentos, tecnologias, serviços e produtos, aprendizagem de formas diversificadas de atuação profissional; para a atuação interdisciplinar e transdisciplinar, para o comprometimento com a preservação da biodiversidade no ambiente natural e construído, com sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida. Visa também estimular o desenvolvimento de habilidades e competências para gerenciar e/ou incluir-se em processos participativos de organização públicas e/ou privadas; pautar-se na ética e na solidariedade como ser humano, cidadão e profissional; buscar maturidade, sensibilidade e equilíbrio ao agir profissionalmente.
Diante da coexistência de identidades na sociedade brasileira de matrizes várias (européia, indígena, africana, asiática) com a intensificação da questão das diversidades (cultuais, de classe, gênero, geracionais, étnicas, dentre outras) e das desigualdades, tem-se a necessidade de um perfil profissional para ações em contextos interculturais (BARROS; ALMEIDA; VECCHIA, 2007; CNE, 2004). Ações no âmbito da cultura precisam ser colocadas enquanto uma competência desses profissionais que podem atuar, a partir dessa compreensão, para o fortalecimento das redes de suporte social de indivíduos pertencentes a comunidades tradicionais sejam elas quais forem (indígenas, pescadores, quilombolas, dentre outras), bem como no âmbito de outras formas de se compreender e vivenciar os contextos de ações e intervenções urbanas, pensando e atuando sobre os diferentes territórios que são construídos, e se constroem, nas complexas redes urbanas.
Exige-se, portanto, do terapeuta ocupacional a capacidade de constituir intervenções coerentes com as realidades culturais locais específicas, fato que determina uma ruptura com ações moduladas por procedimentos técnicos pré-estabelecidos e impõe a necessidade de que esse profissional seja capaz de circular entre as mais diversas populações existentes, no que se refere à cultura e costumes tradicionais, reconhecendo as mais diversificadas formas de se viver (BARROS; ALMEIDA; VECCHIA, 2007).
Desse modo, a formação do profissional terapeuta ocupacional precisa ser baseada na escolha da atenção territorial enquanto forma potente de compreensão de demandas e transformação da realidade, seja pela inserção deste profissional em equipamentos sociais que lidem com questões de diversidade cultural e de defesa dos direitos humanos, ou pela inserção e articulação de recursos no próprio território e em outros contextos de vida das pessoas para as quais estes profissionais direcionam suas ações e intervenções técnicas.