UM ESTUDO SOBRE A INFLAÇÃO DIAGNÓSTICA NA CONTEMPORANEIDADE
EMERICH, Talita Duarte da Mota .UM ESTUDO SOBRE A INFLAÇÃO DIAGNÓSTICA NA CONTEMPORANEIDADE. O estudo investiga a medicalização da vida e a inflação diagnóstica na saúde mental contemporânea. O objetivo é analisar a produção científica nacional que questiona o diagnóstico em saúde mental hoje, contribuindo para uma análise crítica das interfaces entre diagnóstico psiquiátrico e medicalização. Foi realizada uma Revisão Integrativa, selecionando estudos de diversas abordagens. As etapas incluíram formulação de perguntas norteadoras, busca na literatura, coleta de dados, análise crítica e discussão dos resultados. Foram considerados artigos publicados no Brasil nos últimos cinco anos. Os resultados mostram uma mudança no paradigma psiquiátrico do século XX, influenciado pelas neurociências, interesses comerciais, neoliberalismo e mecanismos de biopolítica e biopoder. Isso resultou em um DSM que não apresenta base científica sólida, mas é usado com dogmatismo. Os autores criticam a abordagem do DSM por reduzir a complexidade da experiência humana a categorias padronizadas, ignorando a subjetividade e descontextualizando os indivíduos, além de transformar desvios mínimos em diagnósticos. Esse processo de patologização das identidades cria “subAlteridades”. O estudo destaca a importância de questionar as práticas de medicalização, a influência da biopolítica no controle social e convida a refletir sobre as racionalidades que moldam os diagnósticos e suas implicações nas relações sociais. Conclui-se que a medicalização e a inflação diagnóstica são fenômenos complexos que requerem uma postura crítica. É fundamental uma abordagem que considere o contexto social e cultural das experiências humanas, evitando a transformação de problemas cotidianos em diagnósticos médicos.